sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

ARENA NÃO É UM ELEFANTE BRANCO, ELA ESTÁ UM ELEFANTE BRANCO.



ARENA NÃO É UM ELEFANTE BRANCO, ELA ESTÁ UM ELEFANTE BRANCO.

Carlos Nascimento
Vereador – Bacharel em Direito
Pós Graduando em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas
Formação Cidadã pelo “IPESG-SP - Instituto de Pesquisas e Estudos de Governo - USP
Gestão Democrática e Políticas Públicas Redistributivas – Pelo Instituto de Estudos, Formação e Assessoria em Políticas Sociais – PÓLIS
nascimento@camara-arq.sp.gov.br


A Câmara aprovou na última sessão a toque de caixa, sem nenhuma discussão interna entre os vereadores, e menos ainda com a população, um dos mais importantes projetos. No caso, a lei que determina a terceirização da Arena da Fonte. Esta lei se faz diferenciada sob vários aspectos.
Primeiro por estarmos diante de um recém-inaugurado equipamento público que ao todo consumiu cerca de 40 milhões de reais do dinheiro público, mais que isso, um equipamento que não é atinente a dar prejuízos e sim lucros e neste caso afirmo que a Arena não carece de Terceirização e sim de Gestão.
Ainda que afirmemos, como foi afirmado pelo próprio governo municipal, não estar capacitada a administração pública para prover tal gestão com qualidade e eficácia, é mister afirmar que este é justamente o maior desafio do administrador público, qual seja, dar a sua máquina administrativa, sendo este, o corpo de seus funcionários públicos a devida qualificação para que estes executem suas tarefas com absoluta eficiência em prol do bem público.
Assim defendi e acredito, que o melhor para a Arena da Fonte seria um modelo hibrido de gestão, uma parceria público privada, (PPP), onde o privado traria para o espaço público sua gestão de excelência e deixaria aqui com o passar dos anos o aprendizado, o modelo ideal de gestão que ao final de seu contrato, possibilitaria à administração pública estar apta a fazê-lo com a mesma maestria ora feito pela iniciativa privada.
Se assim não o for, o que faremos com o Teatro Municipal, com o Teatro de Arena, com Casa da Cultura, nossos Museus, com o Gigantão? Todos eles equipamentos públicos que cumprem sua missão, mas que também absorvem recursos para sua manutenção sem dar “lucro” à administração. Terceirizaremos um após o outro?
A grande verdade, é que estamos perdendo a oportunidade de através da implantação de um modelo de gestão compartilhado entre público e privado, que priorize o interesse público evidentemente, sirva este de modelo para novo aprendizado a ser aplicado em outros equipamentos alguns deles já citados acima.
Aqui, especial destaque, à compreensão do que seria “lucro” na administração pública. Na defesa do projeto pela sua terceirização, foi deprimente ouvir que na administração pública lucro se refere apenas a dinheiro e recursos, sem dar a devida atenção ao lucro real que se tem com a promoção da cultura, da prática desportiva na consecução de uma sociedade moderna e saudável sob todos os aspectos.
O que estamos vendo com a proposta de terceirização da Arena da Fonte é um amontoado de interrogações e pontos a serem esclarecidos. Pontos que se quer foram entendidos e esclarecidos inclusive pelos que propuseram e defenderam o projeto na fatídica sessão da Câmara que aprovou o projeto com meu único voto contrário. Esclareço que meu voto contrário se deu ao modelo de projeto apresentado.
O que se está a fazer é resolver um problema único da atual administração que não tem quadros à altura de gestar a Arena de forma a prove-la de lucros, a colocá-la no calendário nacional e internacional de eventos desportivos.
Erram quando veem a Arena da Fonte como um ponto de turismo posto a mesma estar alinhavada na Morada do Sol e na coordenadoria de Turismo quando deveria estar vinculada a Secretaria de Esportes e à Fundesport.
São visões de conceitos que na minha compreensão estão distorcidas e desfocadas, transformando aquilo que poderia ser o grande carro chefe de auferir lucros de fato num “elefante branco”.
Está a ser resolvido um problema único da administração, pois tão logo cesse este mandato e tão logo finde a terceirização, lá estará o problema instalado novamente qual seja, uma administração sem quadros capacitados para gestar a cultura, o esporte e o turismo em nossa cidade. Por isso a minha opção por um modelo hibrido de gestão entre o público e o privado.

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