Construímos no PT e na CUT durante quase trinta anos a postura de defender a não intervenção do Estado (aqui compreendido o município) e nem do judiciário nas relações de trabalho. Fui da direção nacional da CUT do setor Textil e construi as primeiras rodadas de implantação do Mercosul representando os trabalhadores brasileiros, sempre defendendo esta bandeira de fortalecimento das lutas dos trabalhadores(as) de forma autônoma. Hoje na Câmara construi uma alternativa que é a efetivação de uma Câmara Técnica objeto de lei de minha autoria que possibilitaria a dicussão e resolução não só da problemática do horário, mas de várias situações que hoje aflingem o trabalhador comerciário da cidade. Precisamos não intervir, mas criar as condições de análise e propostas da sociedade e dos Sindicatos para melhor equacionar o Comércio e a relação com o Comerciário. A verdade é que o Comércio está muito a quem de suas potencialidades, isso traz ao setor a sazonalidade dos trabalhadores, mau atendimento, baixa qualificação da mão de obra, excesso de horas extras, pouco ou nenhum incentivo aos estudos dos trabalhadores, dentre inúmeros outros detalhes que prejudicam o desenvolvimento e bom atendimento do comércio e por consequência uma possível carreira e melhores condições de vida, tabalho e salários para os funcionários. Não basta fechar ou manter aberto, é preciso melhor atender e melhores condições aos trabalhadores isso tudo podemos construir dentro de uma Câmara Técnica do setor comerciário, envolvendo estudos situacionais e ações concretas que congreguem os Sindicatos de Trabalhadores, de patrões, o poder público, as universidades dentre outros setores.
É possível e preciso que o Comércio de Araraquara aumente sua contribuição de repasses ao bolo de tributos dando ao municipio maior valor adiconado ao ICMS do Estado que hoje está epenas na casa dos 0,44% dos 25% da fatia que cabe aos municípios e repassado pelo governo do Estado, índice atrás inclusive, por exemplo, da cidade de São Carlos. Por isso meu voto contrário à lei muito mais pela forma intervencionista e desproporcional que a Câmara o fez do que de mérito e conteúdo do projeto.
Estamos diante de uma oportunidade de rediscutir o setor comerciário por completo colocando-o como referência para a Macro Região e assim gerando mais vendas, por conseqüência mais empregos e de melhor qualidade e assim ainda aumentando os recursos aos cofres públicos com maior capacidade de investimento nas políticas públicas, assim fica claro que a votação feita de forma simplista na Câmara esconde uma boa oportunidade de fortalecer a cidade como um todo, espero que a cidade e sobretudo os sindicatos envolvidos não se limitem a pequinês de um momento que pode ser transformado em algo rico e vantajoso para todos. Por isso meu voto contrário a Lei e pelo estabelecimento de uma Câmara Técnica, infelizmente nesta sessão não consegui êxito de meus pares vereadores continurei tentando elevar as discussões de forma respeitosa e insistente, afinal fui eleito para legislar para o interesse maior da cidade e não de segmentos da mesma.
