segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

VEREADOR CARLOS NASCIMENTO QUER MAIOR VISIBILIDADE PARA ARTESÃOS

Em reunião com membros artesãos da cultura hippie, Nascimento busca traçar estratégias.
Por: Laís Françoso

O vereador Carlos Nascimento (PT) está articulando junto aos órgãos públicos a necessidade de se enquadrar em âmbito municipal uma maior participação de profissionais artesãos caracterizados como membros da cultura hippie. O objetivo é dar maior visibilidade ao grupo que está há anos tradicionalmente expondo seus produtos nas ruas de Araraquara em condições precárias.
As oito famílias que entraram em contato com o parlamentar para traçar uma articulação com o Executivo passarão a ter cadastro na Secretaria de Cultura do município e a fazer parte também da Sutaco – Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades. Atualmente, eles participam da campanha articulada pela sociedade que visa o incremento de recursos para a cultura (hoje o repasse gira em torno de 1,8% do Orçamento da Prefeitura de Araraquara, mas o movimento busca alcançar os 3%).
O parlamentar afirma que é essencial o reconhecimento desse trabalho tão digno, tanto de respeito quanto de admiração. Nascimento lembra ainda que é por meio da cultura que muitos jovens se afastam da criminalidade ou ainda acaba sendo a melhor forma de ressocializá-los após o contato com situações infracionais. “Temos que investir cada vez mais nessa categoria. Nossos jovens devem se sentir abraçados e acolhidos para que possam vir a desenvolver um talento antes inimaginável”, conta o vereador.

História do movimento Hippie

Há pouco mais de 40 anos, numa certa fazenda de Bethel, perto de Nova York, milhares de jovens se reuniram para cantar, dançar e manifestar o que mais queriam do mundo naquele momento: paz. O festival de Woodstock foi a celebração de um movimento que se tornou símbolo da geração de 1960 e 1970: os hippies pautaram a moda, a literatura e a música. E causaram muitos problemas para as autoridades.
contexto do surgimento do movimento era de desconforto e inconformismo geral. A guerra do Vietnã, o legado da geração beat e a psicodelia se misturavam com a popularização da pílula anticoncepcional e a formação de uma nova esquerda. Entre os jovens do mundo, e principalmente dos EUA, a sensação era de que algo precisava ser feito, e rápido, para mudar o mundo. A palavra hippie veio da palavra "hip", que em inglês significa "ligado, atualizado".
O movimento hippie tinha por objetivo rebelar-se contra os valores instituídos pela sociedade e através do descondicionamento, chegar à existência autêntica, embasada pela formação de uma “nova consciência”. Naturais de Araraquara, alguns membros das oito famílias pertencentes e praticantes da cultura hippie na cidade contaram essa história exemplificando as viagens tanto no interior do Brasil como para fora do país. Yuri já visitou a Colômbia e o Paraguai, na América do Sul, e afirma ter sido de extrema importância o contato com outros povos. Marcos, que também atende pelo apelido de “China”, explica que esse tipo de interação com outros países é marca registrada do movimento hippie: “Esse contato fez com que a cultura, especialmente o artesanato, fosse enriquecido e tivesse traços característicos e únicos”, conclui.

Onde encontrar suas artes?

Atualmente, o grupo organiza feiras de artesanato em determinados pontos da principal rua do comércio de Araraquara, a Rua Nove de Julho (Rua 2), em especial entre as Avenidas Espanha e Feijó. A renda dessas famílias apenas com a venda de produtos feitos manualmente através da arte hippie gira em torno de um salário mínimo, sendo passível de variação conforme o mês. “Em época de festas, como o Natal, por exemplo, conseguimos arrecadar um pouco além dos meses normais”, afirma a mãe de família e artesã Tauana.

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