terça-feira, 15 de março de 2011

CENTRO ESPECIALIZADO EM PARALISIA CEREBRAL TEM LUGAR DEFINIDO PARA SUA IMPLANTAÇÃO.

A construção de um Centro Público Especializado de Atendimento à Pessoa com Paralisia Cerebral em Araraquara começou a se materializar na semana passada, com a visita feita ao antigo prédio do Instituto Araraquarense de Psiquiatria – IAP, localizado próximo ao SESI na Vila Xavier. O grupo, integrado pelo vereador Carlos Nascimento (PT); Alessandra de Lima, Secretária Municipal de Desenvolvimento Urbano; Elisa dos Santos Rodrigues, Assessora Especial de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência da Prefeitura de Araraquara; e de mães que formam a Associação de Mães de Portadores de Paralisia Cerebral de Araraquara, visitou as instalações do prédio.
A implantação de um centro multidisciplinar no atendimento à paralisia cerebral ganhou força após mobilização do vereador e das mães para que esta temática fosse aprovada na Plenária do Orçamento Participativo de 2010, com recursos de R$ 200 mil, que podem ser destinados para a construção, ou a reforma e adequação de um imóvel que possa abrigar o serviço. Todas as pessoas que compunham o grupo aprovaram o prédio térreo do antigo IAP como ideal para o Centro. Há a concordância do prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) na destinação das instalações.
Na reforma serão feitas adaptações para as necessidades dos deficientes, e alguns pontos precisam de recuperação, já que o período em que o prédio ficou abandonado sofreu depredação feita por consumidores de drogas e vândalos, que atearam fogo a duas salas e picharam todas as paredes da área interna. Há pontos de umidade na laje causados por buracos nos telhados, e todos os banheiros foram totalmente destruídos.

Paralisia cerebral
Segundo dados do vereador Nascimento e das próprias mães, Araraquara tem cerca de 200 pessoas com paralisia cerebral. Nascimento luta para que os dados sejam ratificados pela Secretaria Municipal da Saúde. Destes, apenas 80 mantém algum tipo de relacionamento com a Associação de Mães, os demais vivem reclusos ao ambiente de suas casas, tendo pouco ou nenhum contato com outras pessoas, exceto as da família.

A Associação
Reunindo mães, parentes, educadores e solidários à causa, a associação já obteve várias conquistas como, por exemplo, o transporte adaptado e a bolsa de estudo para seus filhos e familiares. O vereador Carlos Nascimento é um dos apoiadores, e há anos recebe as reivindicações dos necessitados e participa de articulações para que as demandas prosperem. Visitas foram feitas à cidades e outros centros, a fim de acumularem experiências e darem uma contribuirão objetiva para a efetivação do Centro Especializado de Araraquara
A confirmação de que foi definido um lugar para a instalação do centro especializado como serviço público em Araraquara, deixa Nascimento com a certeza de que mais uma etapa será avançada. “Precisamos ter um espaço que atenda a esse público e que se preocupe com seu desenvolvimento como pessoas de direito. É de fundamental importância que pensemos em políticas públicas e ações, para que seja proporcionada aos portadores de paralisia cerebral uma melhor qualidade de vida. Essa definição do local é um marco histórico e importante para a cidade e, sobretudo para os familiares e portadores, pois aponta melhores perspectivas para o futuro”, conclui Nascimento.

Prédio do antigo IAP
Desde que foram encerradas as atividades do Instituto Araraquarense de Psiquiatria, o destino das instalações, localizadas em uma quadra inteira na Vila Xavier, preocupava os moradores do entorno e do Poder Público da cidade. O serviço funcionou no local de 1972 a 1997. O abandono levou ao caos. Os moradores viviam a insegurança da grande frequência de consumidores de drogas. Elementos queimavam fios roubados das residências para a retirada de pequenas quantidades de cobre vendidas para a compra do crack, nem o transformador de força escapou da ação dos vândalos. Havia, e na verdade ainda há o medo de que ocorra algo mais violento naquele espaço.
Parte das instalações já teve destinação. O prédio no meio do terreno abriga o Centro de Artes e Ofício da Prefeitura e a Oficina Cultural Lélia Abramo, órgão do governo do estado. Os dois serviços abrangem a área cultural. O futuro centro de paralisia cerebral ocupará cerca de 60% das edificações térreas ao lado das oficinas culturais. Restará ainda outra grande área, ainda sem construção, que a Prefeitura não definiu sua ocupação.
A área foi objeto de disputa jurídica. Doada a um grupo de médicos em 1970 para a implantação do IAP, a Prefeitura tentou retomar a área em 2003, já que o serviço havia encerrado suas atividades em 1997. A disputa não contemplou a pretensão do município, que em 2006 adquiriu a área por R$ 1 milhão e 50 mil, com a intenção de instalar a Câmara Municipal no local. Com a desistência de implantar o legislativo, outras propostas surgiram, como sub-prefeitura do distrito da Vila Xavier, secretarias municipais e outros.

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