segunda-feira, 4 de abril de 2011

VEREADOR NASCIMENTO SE REUNIU COM O PREFEITO E PROCURADOR DA DONA DO IMÓVEL PARA NEGOCIAR DESAPROPRIAÇÃO.

Fonte www.araraquara.com
Por Luis Fernando Laranjeira
FACHADA DO PRÉDIO ONDE FUNCIONAVA O ANTIGO CINE CORAL


A sessão ordinária da Câmara Municipal do dia 22/03 aprovou, em votação única, o tombamento da fachada do prédio do antigo Cine Coral, na Avenida Sete de Setembro, no Carmo, Zona Oeste de Araraquara. Um dia após o ato, no entanto, a fachada do prédio já havia sido demolida por uma equipe de pedreiros. A proposta do tombamento, feita pelo vereador Carlos Nascimento (PT) e aprovada pela Câmara dos Vereadores na terça-feira, tinha a intenção de preservar as características originais do imóvel, o que não foi respeitado pelos donos.
Segundo informações, a proprietária do prédio tem a intenção de transformar o local em uma concessionária de veículos.
O vereador Carlos Nascimento (PT), que levou o assunto ao Legislativo, garante que o projeto de revitalização do espaço para torná-lo um cineclube já tem parceiros.
A reportagem da Tribuna Impressa esteve na porta do antigo Cine Coral e constatou que duas paredes foram derrubadas nas extremidades do prédio, onde eram afixados os cartazes dos filmes. Tapumes foram colocados no lugar das paredes e os ladrilhos externos foram retirados. As portas estavam fechadas e, mesmo batendo em busca de alguma informação, ninguém respondeu à equipe. Era possível ouvir o som de marretadas dentro do prédio.
O vereador Nascimento diz que a fachada já estava sendo alterada na manhã de terça-feira. "Fizemos uma notificação extrajudicial para a proprietária do prédio para que parassem as obras. Isso é uma sinalização para entrarmos em acordo e desapropriarmos o prédio", explica, lembrando que o tombamento do imóvel indica impedimentos de novas mudanças na fachada do local.

Desapropriação
Hoje, o vereador participará de duas importantes reuniões. Uma com o procurador que representa a proprietária do edifício e outra com o prefeito Marcelo Barbieri (PMDB). "Queremos a desapropriação amigável", diz, sem saber precisar o valor que será oferecido pelo prédio. "Não tenho um valor fechado, mas pode ser algo em torno de R$ 1 milhão", calcula.
A verba para a aquisição do imóvel viria do Governo Federal, via Ministério da Cultura (MinC), e de emendas parlamentares. "Já articulamos boa parte disso", assegura o vereador.
Ainda de acordo com ele, uma segunda fase visa a mobilizar a cidade na plenária do Orçamento Participativo (OP) para a recuperação do antigo Cine Coral. "Vamos fazer com que seja prioridade. Conseguimos já o apoio de toda a cidade, independente de partido", finaliza.
Um dos idealizadores do projeto, o livreiro Marcos Murad, se diz surpreso com a repercussão que a idéia tem tomado. "Não sabia que ia chegar a este ponto. Estou gostando de ver como as pessoas abraçaram nossa idéia", conta.
Para ele, falta apenas a Prefeitura tomar partido. "O Executivo precisa entrar na nossa causa", diz Murad.

Parcerias: CPFL Paulista e Itaú Cultural têm interesse no espaço
O projeto de revitalização do antigo Cine Coral não está apenas no plano das idéias. O vereador Carlos Nascimento (PT) garante que a CPFL Paulista e Itaú Cultural já manifestaram interesse em fazer parcerias e transformar o prédio em mais que uma sala de exibição. "Vamos tornar o Cine Coral em um espaço múltiplo. Agregaremos uma Escola Livre de Cinema e Vídeo, como temos hoje com o Técnico Ator. Um curso realmente profissionalizante."
Uma midiateca para consulta e empréstimo de materiais audiovisuais também seria criada. "Não podemos esquecer que o espaço é tão grande que pode ser usado para apresentações teatrais", diz o vereador.

Cineclubes da região
O livreiro Marcos Murad analisou exemplos de outras cidades da região, como São Carlos e Ribeirão Preto, que criaram seus cineclubes com três sessões diárias. "Em Ribeirão usam o espaço para debates após a exibição dos filmes."
O projeto de Murad e do grupo de amigos pró-Cine Coral engloba ações como estas. "Também podemos fazer coisas assim. E o local é propício para isto. O bairro do Carmo é a zona boêmia da cidade, com ótimos bares e restaurantes. Além disso, também temos muitos universitários que vivem por aqui", analisa.
Nascimento diz que a proposta tomou proporções tão grandes que já recebeu o aval da Divisão de Apoio Audiovisual e da Agência Nacional de Cinema (Ancine), órgãos vinculados ao Ministério da Cultura (MinC). "Gente de vários locais e de muita expressão tem participado, independente da distância. Estou em conversas também com o escritor Ignácio de Loyola Brandão, que nos tem dado muitas idéias", diz o vereador.
Assista ao vídeo da entrevista de Nascimento falando sobre o movimento para a recuperação do Cine Coral: http://www.youtube.com/watch?v=L9sZrcwsmqU

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