sexta-feira, 30 de setembro de 2011

NASCIMENTO CONQUISTA APOIO DA CÂMARA PARA GREVE DOS BANCÁRIOS

Em Araraquara, todas as agências ficaram fechadas no primeiro dia de paralisação

Fonte: www.cmararaquara.sp.gov.br
Por Laís Françoso

Com 70% de adesão dos bancários de Araraquara à greve, o primeiro dia de paralisação, 27 de setembro, fez com que todas as 26 agências bancárias do município ficassem fechadas. Nove, porém, acabaram abrindo suas portas somente no período da tarde devido à pressão dos bancos. A mobilização desses trabalhadores gera uma expectativa de que ocorra aumento de 30% na circulação de pessoas em casas lotéricas, principalmente para o pagamento de contas. Outras operações bancárias, no entanto, ainda poderão ser realizadas no próprio banco através dos caixas eletrônicos. Além disso, também está à disposição do usuário os serviços de internet banking, mobile banking, operações por telefone, ou ainda por meio das agências dos correios, redes de supermercado e outros estabelecimento comerciais credenciados para receber títulos bancários.
A greve, que acontece pelo 8º ano consecutivo, reivindica desta vez reajuste salarial de 12,8%, o que segundo o Diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Edilson Montrose de Aguiar Jr. é um índice bem abaixo da lucratividade média do setor bancário que gira em torno de R$ 27,4 bilhões, ou seja, condiz com um aumento de 26% em relação ao primeiro semestre do ano anterior. Os banqueiros, por sua vez, não atendem ao pedido dos bancários e oferecem somente 8%, o que continua não agradando a categoria de trabalhadores.
O vereador Carlos Nascimento (PT) defende o que a classe exige, pois acredita que são pessoas que além de estarem lutando pelos seus direitos, sustentam, como qualquer cidadão, suas famílias e precisam de pisos salariais mais adequados, pelo menos com um valor equivalente a países vizinhos como Argentina e Uruguai.
Montrose, em e-mail enviado ao parlamentar esta semana, explicou essa situação. “Para efeito de comparação com vizinhos do Cone Sul, o Brasil revela um piso de R$ 735,29, enquanto a realidade da Argentina, com R$ 1.432,21, e do Uruguai, com R$ 1.039,00, é outra”, conta. Outro argumento utilizado pelos bancários é a de que, sabendo os lucros que os executivos dos bancos obtêm, a diferença entre o valor que este ganha com relação ao piso da classe trabalhadora chega a 400 vezes mais.
Para Nascimento, a aprovação por unanimidade dos vereadores de sua moção de apoio à greve, reflete o apelo da sociedade de Araraquara para que o FEBRABAN [Federação Brasileira de Bancos] reveja sua posição e avance nas negociações, uma vez que ambas as partes ainda não entraram em um acordo e, por esse motivo, a paralisação que começou no dia 27 ainda não tem data para terminar. “A moção é um instrumento através do qual colocamos publicamente que estamos solidários à luta dos trabalhadores e em apoio irrestrito à greve”, aponta o vereador.

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