quarta-feira, 18 de abril de 2012

APÓS O LAMENTÁVEL ATO DE RACISMO, NASCIMENTO PROTOCOLA REQUERIMENTO.

Matéria foi publicada no Jornal Tribuna Impressa de hoje 17/04.

"Sem cotas para os animais africanos". A frase estampada nas paredes do subsolo da Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara é curta, mas carregada de preconceito. Ela foi direcionada aos estudantes africanos oriundos do Programa de Estudantes Convênio de Graduação (PEC-G), que oferece oportunidade de formação superior a cidadãos de países em desenvolvimento com os quais o Brasil mantém acordos educacionais e culturais.
A inscrição está no local há pouco mais de uma semana e vem gerando revolta entre os alunos da universidade. Daniel Júlio Lopes Soares Cassamá, de 28 anos, veio da Guiné-Bissau para cursar Sociologia há mais de quatro anos e diz nunca havia visto algo do tipo. "Vi pessoas comentando nas redes sociais e fui lá conferir. É algo difícil de digerir, principalmente em um país que se diz irmão."
Cassamá chamou alguns professores da Unesp e, com eles, fez uma denúncia formal na Polícia Militar. O caso foi registrado no 2º Distrito Policial de Araraquara e, desde então, vem sendo investigado pela Polícia Civil.
Para o professor Dagoberto José Fonseca, coordenador dos Grupos de Estudos da Cultura Africana no câmpus da Unesp Araraquara, a atitude não teria partido de uma pessoa só, mas de um grupo. Além disso, a motivação seria política, além de racial. "Uma pessoa escreveu a frase, mas ela foi pensada por um grupo, pois, além de ser preconceituosa, está bem em frente à sala de Ciências Sociais, o que aponta cunho político", acredita o professor.
Assim que tomou conhecimento do ato, o vereador Nascimento protocolou requerimento pedindo para que seja imputado ao Prof. Dr. Dagoberto José Fonseca, apoio incondicional desta Casa de Leis, a todos os procedimentos e ações em busca de localizar, identificar e punir os responsáveis por tamanho disparate, insensatez e racismo explicito.
O Vereador Nascimento foi o protagonista do Prêmio Zumbi, instituído pelo Decreto Legislativo (570), de 17 de novembro de 2004 com o propósito de homenagear anualmente uma pessoa ou entidade que se destacou atuando em defesa dos direitos dos negros(as), afrodescendentes e no combate ao racismo. Nascimento foi também o autor da Lei municipal que instituiu o dia 20 de novembro como Dia da Consciência Negra com o feriado em Araraquara, Lei que criou o Dia de combate à Intolerância Religiosa e a Lei que cria o Dia da Mulher Africana e o dia da África.

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