Organizada pelo Setorial de Mulheres do Partido dos Trabalhadores (PT) de Araraquara, mas com apoio de diversas entidades civis, foi lançada na noite do dia 01 de julho deste ano, na sede da Câmara Municipal, a campanha “Igual como você e eu”, versão araraquarense do evento similar denominado “Igual a Você”, lançado recentemente pela Organização das Nações Unidas (ONU) no Palácio do Itamarati, em Brasília, para combater o preconceito no País.
A campanha organizada em Araraquara visa alcançar os mesmos resultados, mas em nível local. O objetivo é conscientizar a sociedade sobre a discriminação contra estudantes, gays, lésbicas, portadores do vírus HIV, negros, prostitutas, refugiados, transexuais, travestis e usuários de drogas.
“Todos aqueles que sofrem preconceitos devem mostrar a cara, e assim ajudar no equilíbrio da civilidade”, disse o vereador Nascimento, que como parlamentar, integrante de entidades dos direitos civis e petista, presidiu o evento na noite do dia 01 de julho.
A campanha organizada em Araraquara prevê várias atividades, visando dar maior visibilidade a aquelas implementadas pelo evento da ONU, que veiculará dez filmes de 30 segundos em emissoras de todo o país. Os personagens são as próprias vítimas de preconceito, como Jacqueline Rocha Côrtes, professora de inglês, ativista da ONU e portadora do vírus HIV há 15 anos. ”É preciso mostrar a cara para salvar o corpo”, declarou Jacqueline.
“A importância de participar dessa campanha é que essas questões passam a ser discutidas. É uma alegria poder contribuir para um mundo mais equânime e ainda junto com o meu marido, que aceitou a mostrar a cara junto comigo”, continua Jacqueline, que é casada com Vitor Côrtes, também portador da doença. “Estima- se que 600 mil pessoas vivem com o HIV no Brasil e quase dois terços não sabem”, revelou. Segundo ele, as que sabem sofrem com situações de discriminação. Outro público que a campanha identifica como vítima constante de preconceito no País, é o gay, já que uma pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo em 2009 revelou que 92% dos entrevistados assumem que existe preconceito contra gays e lésbicas no Brasil.
Desses, de 26% a 30% admitiram que tivessem preconceitos. O Brasil, segundo estudos, é o número um da lista de assassinatos à participantes da comunidade LGBT, são cem por ano. E o problema maior está nas zonas rurais do país, onde existe mais preconceito com gays. Sendo assim, a campanha lançada na noite de ontem em Araraquara visa, principalmente, criar condições para todos os cidadãos, independente de suas origens, opções sexuais e doenças, possam usufruir o direito de serem respeitados. “Não são as diferenças que nos tornam desiguais. É o preconceito que torna nossas diferenças, desigualdade. Vamos construir uma Araraquara mais igual”, é o lema da campanha.
Fonte: www.jornaloimparcial.com.br
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